Uma em 5 pessoas não lava as mãos depois de ir à casa-de-banho

Uma em cada cinco pessoas não lava as mãos depois de utilizar a casa-de-banho

 

Uma em cada cinco pessoas não lava as mãos depois de utilizar a casa-de-banho, aumentando o risco de transmissão de doenças infecto-contagiosas, revela um estudo da Faculdade de Ciências Médicas realizado na área metropolitana de Lisboa.

O estudo agora divulgado teve como amostra 150 pessoas de ambos os sexos que utilizaram as casas de banho de centros comerciais da zona metropolitana de Lisboa entre os finais de Maio e princípios de Junho deste ano. Dos 150 inquiridos, apenas 117 lavaram as mãos, e destes pouco menos de metade o fez correctamente, conclui o estudo "Operação Mãos Limpas" realizado por finalistas da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa.

"Ao longo do dia, as mãos podem acumular microorganismos patogénicos. A não lavagem das mãos constitui um importante modo de auto-infecção, ao tocarmos com as mãos contaminadas nos olhos, nariz ou boca, bem como de infecção de outros indivíduos", refere o trabalho.

"Este é o mais importante modo de prevenção da transmissão de infecções, mas não basta lavar as mãos é preciso saber lavá-las", defendeu o professor Mário Cordeiro, coordenador do estudo desenvolvido por Ana Gaspar, Ângela Pedro, Hernâni Resendes, João Gonçalves e Marco Metello.

Os investigadores verificaram que menos de metade (44,7 por cento) das pessoas observadas e inquiridas não sabia executar esta regra básica de Higiene pessoal. Esta prática aparentemente simples de executar tem algumas regras básicas como a "obrigatoriedade" de utilizar sabonete e de a lavagem ter de durar no mínimo dez segundos para surtir efeito. No entanto, 17 por cento das pessoas não usou sabão e 31 por cento demorou menos que o tempo previsto para a lavagem surtir efeito.

Assim, dos 117 inquiridos que lavaram as mãos depois de utilizar a casa-de-banho, apenas 67 pessoas o fizeram correctamente.

Para os responsáveis pelo estudo, esta situação denuncia a existência de "uma lacuna na prática desta regra básica de prevenção de Saúde Pública". "A pessoa infectada pode constituir fonte de contágio mesmo antes de se apresentar com sintomas", sendo as constipações, a diarreia e a gripe (causada pelo vírus Influenza) as doenças infecciosas mais usualmente transmitidas através de mãos contaminadas. Uma má pratica de Higiene pessoal das mãos pode também contribuir para doenças relacionadas com a alimentação, tais como gastroenterites infecciosas, refere ainda o estudo.

No entanto, quando questionados sobre a razão pela qual lavavam as mãos, apenas cerca de metade dos inquiridos reconheceu a verdadeira importância desta simples e económica rotina. A principal motivação para as pessoas lavarem as mãos foi a "diminuição da transmissão de doenças" (53,3 por cento). No entanto, 27,3 por cento referiu que lavava as mãos para "retirar a sujidade" e 15,3 por cento apontou o "hábito" para justificar esta prática.

"Destas respostas podemos verificar que mais de metade sabe que ao lavar as mãos está a fazer a prevenção das infecções, no entanto os restantes (46,7 por cento) não reconhece a verdadeira importância do acto de higiene das mãos", refere o estudo.

"Os resultados do estudo levam-nos a concluir que é de extrema importância ensinar às pessoas como e porquê proceder à lavagem das mãos", defendem os responsáveis pelo estudo. Os responsáveis pelo trabalho alertam para o facto de as infecções constituírem uma das principais causas de mortalidade a nível mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde, as doenças infecciosas foram responsáveis em 2002 por cerca de 26 por cento do total de mortes a nível mundial, o que constitui a perda de mais de 100 mil vidas.

Agência LUSA

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